quinta-feira, 26 de março de 2009

Visita à instituição OASIS (2º Parte)

Na terça-feira dia 3 de Março de 2009, fomos à instituição Oásis, no Vale Sepal em Leiria, com objectivo de entrevistar dois deficientes motores, um de origem congénita e outro de origem adquirida.

Deficiente de Origem Congénita:

Qual o tipo de deficiência motora que possui?

O Sr. Frederico respondeu que era paraplégico.

Teve o apoio da família? Quem mais o ajudou?

Referiu que tinha ajuda por parte da família e que quem o ajudava mais era o seu irmão com 16 anos de idade.

Qual o apoio que sentiu por parte da instituição Oásis?

O apoio que sente é na parte do convívio, pois convivem uns com os outros, ajudam-se uns aos outros e praticam algumas actividades.

Pratica desporto? Se sim, qual e em que instituição?

Neste momento não pratica nenhum desporto, apenas realiza as actividades desportivas propostas e organizadas pela associação, mas quando era mais novo praticou futsal na escola Correia Mateus.

Descreva o seu dia-a-dia.

O dia-a-dia deste portador de deficiência é sempre a mesma coisa, ver televisão, passear e estar com os amigos.

Alguma vez se sentiu descriminado? Em que situação?

Não se recorda de nenhuma situação em que tenha sido descriminado, nem que o tratassem mal, referiu apenas que a família o trata da melhor forma.

Qual a situação que mais o marcou?

Não se recorda de nenhuma situação que o tenha marcado mais, mas gosta de estar na instituição e passear. Relembra de novo a época em que jogava futsal há uns anos atrás.

Acha que a cidade de Leiria disponibiliza uma oferta em termos de acessibilidades?

O entrevistado acha que a cidade de Leiria não tem muitas acessibilidades, apesar de não passear muito por Leiria sabe disso, talvez seja uma razão pelo qual não passeie pela cidade.

Tem projectos para o seu futuro?

Não referiu nenhum projecto que tivesse para o futuro, disse apenas que ia vivendo um dia de cada vez.

Qual o seu maior sonho?

O paciente referiu que o seu maior sonho seria andar e trabalhar.

Deficiente de Origem Adquirida:

Qual o tipo de deficiência motora que possui?

Tem hemiplegia direita (o lado direito do corpo paralisado).

O que alterou na sua vida?

Tudo. A nível profissional trabalhava como enfermeira e teve de deixar essa profissão. Estava para casar e devido à deficiência acabou por tal não acontecer, e a sua vida em casa tornou-se completamente diferente.

Apenas ao ver outras pessoas com o seu problema, ou pior, é que se sentiu força para continuar a viver e a lutar para se adaptar a esta nova vida.

Tem o apoio da sua família? De entre os seus familiares e amigos quem o ajudou mais?

Só os seus pais, irmãos e amigos mais próximos a apoiaram. O resto dos familiares não ajudaram muito, apenas mostraram pena. Os irmãos tiveram de deixar de estudar para cuidar dela, enquanto os pais trabalhavam.

Qual o apoio que sente por parte da instituição OASIS?

Como conseguiu adaptar-se ao longo do tempo a viver com a deficiência, não frequenta a instituição por uma necessidade mas sim pelo convívio com os amigos com quem criou laços, pela ocupação que a OASIS lhe proporciona, e a possibilidade de ter acompanhamento por parte da psicóloga.

Pratica desporto? Caso pratique, qual o desporto e em que associação?

Praticou natação, mas basicamente o desporto que faz é através das actividades que se realizam na OASIS. Também já fez várias viagens para fora do país organizadas por instituições e ainda participou em encontros com outras pessoas com deficiência.

Descreva o seu dia-a-dia.

Passa o dia na instituição, participa nas actividades diárias. Durante o resto do tempo, está em casa, na qual teve de fazer alterações que se adaptem às suas necessidades que a deficiência lhe provoca.

Alguma vez se sentiu discriminado? Em que situação?

«Uma vez nos correios estava a tentar colar o selo sozinho, com alguma dificuldade uma vez que não consigo mexer o braço direito e uma funcionária á frente de todas as pessoas que ali estavam gritou comigo e chamou-me “porca”. Fiquei super envergonhada, mas felizmente as pessoas perceberam que eu tinha deficiência e repreenderam a senhora, contudo ela não pediu sequer desculpa (…)»

Qual a situação que o marcou mais?

Ficar com esta deficiência de um momento para o outro, foi um grande choque pois já tinha planos para o futuro, incluindo casar e nada disso se concretizou.

Acha que a cidade de Leiria disponibiliza uma oferta em termos de acessibilidades?

Acha que não, acha que Leiria podia estar mais preparada para acolher este tipo de pessoas com deficiência.

Tem projectos para o seu futuro?

Publicar um livro de poemas que tem vindo a escrever desde que ficou com a deficiência.

Qual o seu maior sonho?

«Ter saúde, editar o livro e tentar arranjar emprego».

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